terça-feira, 20 de maio de 2008

juvenis apurados para Nacional e Open de Esperanças



Juvenis todos medalhados e apurados para Nacional;
Open de Esperanças


O Apuramento Zonal para o Campeonato Nacional de Juvenis II Masc. e Juvenis Fem. realizou-se no dia 17 de Maio em Ceira / Coimbra, conseguindo todos os judocas do Distrito de Castelo Branco o apuramento para participarem no Campeonato Nacional no início de Junho.
José Maria Águas nos –50 Kg foi 1º classificado sagrando-se Campeão da Zona Centro (Distritos de CBranco, Coimbra, Portalegre, Santarém e Leiria), ficando também apurados João Lopes 2º, João Rafael 3º, todos da Academia de Judo CBranco. Ainda na mesma categoria garantiu a presença no Nacional Tiago Antunes do Vitória de Sto António da Covilhã. Na categoria de – 55 Kg Nuno Veríssimo foi 3º e João Marcelo 2º nos –73 Kg a representar a Academia de Judo CBranco. Do mesmo clube Fernando Monteiro nos +81 Kg foi directamente apurado.
No escalão feminino, Maria Monteiro (Academia de Judo CBranco) foi 2ª classificada nos –44 Kg, sendo directamente apuradas Tatiana Silvestre nos –63 Kg do Externato de Alpedrinha e Mariana Milheiro do C. União Albicastrense nos +63 Kg.
As medalhas alcançadas tiveram concerteza um significado especial, pois tratou-se da primeira participação neste tipo de provas, abrindo horizontes para uma boa prestação no Nacional.

No dia 18 realizou-se em Torres Novas uma competição aberta para Esperanças, participando, do C. União Albicastrense, Carolina Gonçalves nos – 57 Kg, classificando-se em 3º lugar.

postado JF (ADJCB)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

AS ORIGENS DO JU-JITSU (c)


As Origens do Ju-jitsu


O Japão durante séculos viveu isolado do mundo.
Alguns historiadores japoneses afirmam que o ju-jitsu já existia no ano 660 AC. O registo mais antigo que se conhece sobre combate a mãos nuas refere-se a um combate realizado 230 AC, desenrolado perante o Imperador Suinin, em que Nomi No Sukume vence Taima No Kuemaya, matando-o aos pontapés.Tanto quanto se sabe, nenhuma regra bem precisa presidia a esses combates onde se utilizavam indistintamente técnicas de sumo, ju-jitsu e karate.
No entanto, o ju-jitsu, enquanto prática bem organizada, só aparece entre os séculos XIV e XVI.As artes marciais japonesas desenvolveram-se ao longo de um período de 700 anos, quando a classe militar dominava a política.
No século XV a civilização chinesa penetrou na Coreia e modificou profundamente a cultura nipónica.No Japão dirigido pelo Imperador, era o Shogun (governador militar) quem mandava. O país estava dividido em distritos militares pertencentes aos vassalos do Shogun, os Daymios, que eram guerreiros temíveis. Muitas armas eram utilizadas consoante as regiões ou classes sociais. Por vezes era necessário continuar a lutar somente com as mãos.
A influência da cultura chinesa no combate a mãos nuas foi considerável. A china aplicava métodos de luta aperfeiçoados, baseados na filosofia de Tao, na medicina e na ciência em geral. Os sábios consideravam o universo e tudo o que nele se encontrava como a união harmoniosa de duas forças contrárias: o yin e o yang. Mas nada no universo é somente yin ou yang, antes todas as coisas são simultaneamente yin e yang. Assim, nada é absolutamente estável ou fixo e o universo nunca está em repouso, procurando constantemente o equilíbrio entre as forças positivas e negativas. Foi com base nesta filosofia que os chineses desenvolveram dois métodos de combate: um positivo (ataque), outro negativo (defesa). Este último consistia em esgotar o adversário pela não resistência, podendo depois ser rapidamente dominado por um ataque positivo.
Esta teoria não foi imediatamente compreendida pelos japoneses que, com medo de perderem a confiança na sua força, depressa assimilaram e desenvolveram os atemis e alguns ataques directos. Estes métodos prevaleceram até ao século XVII. Depois, pouco a pouco, a técnica melhorou.
Aquando da criação do bushido, o ju-jitsu tornou-se realmente a “prática da ligeireza”. Até então os samurais tinham desprezado este género de luta, considerando-a só digna dos kachis, os que andavam a pé. Mas, pouco a pouco, a cultura budista influenciou o clima espiritual desta elite de guerreiros. Estes, os bushis, submetidos às regras de disciplina severas juram fidelidade a um código de honra muito rigoroso: o bushido, a vida dum guerreiro. Este código influenciou durante muito tempo o espírito dos nobres samurais e ensinou aos japoneses, até aos nossos dias, as suas virtudes cavalheirescas.
É sobretudo durante época Edo, (1615-1868), que o ju-jitsu formou a sua verdadeira essência.Quando o Shogunato de Edo unificou o país no início do século XVII, a estabilidade subsequente debilitou o espírito militar das bujutsu.Assim os praticantes de artes marciais aperfeiçoaram a sua técnica através do treino de kata, tentando simultaneamente, atingir um estado de mente ideal com base nos ensinamentos Zen e de Confúcio. Por outras palavras as bujutsu evoluíram para budo, que incluíam uma filosofia de adesão a um estilo de vida.
Novas escolas concentraram-se no treino de formas de combate mas usando armadura e espadas de bambu (shinai). Os samurais, para substituírem os campos de batalha, acorreram aos dojos. Foi um tempo de desenvolvimento da técnica e do espírito. As bases definitivas do que viria a ser o judo, estavam já lançadas. Assim, a escola Tenjinshinyo-ryu, classificou as técnicas de katame-waza (controle), shime-waza (estrangulamento) e de atemi-waza (golpes) que serão as primeiras bases de trabalho de Jigoro Kano.
De igual forma, o princípio do nage-waza (projecções), princípio da suavidade, eram a base da escola Yoshin-ryu (escola do coração de salgueiro), criada por Shirohei Akiyama.
Por fim, também os fundamentos da escola Kito-ryu, estão presentes no judo actual, através do Koshiki-no-kata.
Quanto ao espírito das técnicas, já constava também nos arquivos de muitas escolas antigas de ju-jitsu, onde se procurava mais a elevação humana que o combate real.
A escola Jikinshin-ryu, e mais algumas outras, tinham já adoptado a palavra “ju-do” antes que esta palavra se tornasse popular. Nela encontramos “do” que significa “via” da perfeição, e “ju”, princípio da “suavidade”, tanto físico como mental, onde já estava presente o pensamento chinês de E-hui, que vê o mundo num equilíbrio permanente entre o yang (princípio positivo) e o yin (princípio negativo), ou entre o “go” (duro) e o “ju” (suave).
Contudo cada escola guardava ciosamente os seus segredos e transmissão dos conhecimentos fazia-se quase sempre por via oral.
Este estado coisas prolongou-se até ao fim do período feudal, 1867.
A partir da última metade do século XVIII, o desejo de mudanças políticas e a pressão exercida por nações estrangeiras geraram um ressurgimento das bujutsu. Logo, as artes marciais passaram a ser ensinadas em escolas estabelecidas em domínios feudais por todo o Japão.
Também se praticava o jiu-jitsu em escolas famosas, todas elas promovendo o ideal expresso na frase “Ju, yoku go wo seisu” (o fraco pode sobrepor-se ao forte). As budo e as bujutsu quase desapareceram no início da Era Meiji (1868-1912). Com a restauração do imperador Meiji e o estabelecimento da Era Meiji o Japão abriu-se a todas as influências estrangeiras e rejeitou as suas próprias tradições. O Imperador Mutsu-Hito (1867-1912) introduziu no Japão a civilização ocidental.
Em poucos anos o país adoptou as ciências, artes e técnicas da Europa com um entusiasmo extraordinário.Em consequência tudo o que datava do velho regime foi considerado com mau olhar e as artes marciais foram abandonadas com desprezo. 1868 foi um ano terrível para todas as artes marciais.
As artes do budo perderam todo o prestígio no seu próprio país, suplantadas pela vaga de modernismo, muitas escolas de ju-jitsu desapareceram e os samurais são interditos no Japão. Os últimos mestres sobreviviam com muita dificuldade e completamente abandonados. Os maiores mestres da época ensinavam a sua arte a certos corpos especiais do exército assim como da polícia.
Mas esta fúria de viver à ocidental originou um relaxamento dos costumes e a tradição cavalheiresca desapareceu, levando com ela as artes marciais.
Foi nestes tempos difíceis que cresceu Jigoro Kano. O seu papel não se confinou a realizar somente uma síntese coerente de velhas técnicas esquecidas de ju-jitsu; ele lançou definitivamente a ideia de que as artes marciais ultrapassavam largamente o plano físico e aquilo que ele, agora, chamava “judo” (o sufixo “do”, a “via”, substituindo definitivamente “jitsu”, a “técnica”) podia ser um meio fantástico de desenvolvimento moral para o indivíduo em primeiro lugar, e para o conjunto da sociedade em seguida.
É este elevado ideal que evitará que esta velha arte marcial caia no esquecimento.




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domingo, 4 de maio de 2008

sábado, 3 de maio de 2008

Ana Hormigo abre sala de Judo (a)



(b)
(Espaço recebe o nome do falecido seleccionador António Matias
(Ana Hormigo abre sala de judo
(A atleta olímpica e o treinador Abel Louro acabam de cimentar o projecto iniciado com a fundação de um novo emblema (AJCUA), num investimento de 15 mil euros, “sem apoios”.
Um tributo a António Matias. A Escola de Judo Ana Hormigo, projecto inserido na orgânica da Associação Judo Clube União Albicastrense (AJCUA), funciona oficialmente desde o último sábado nas novas instalações da Urbanização Quinta da Carapalha (entre a 2ª e a 3ª rotunda) e a sala da modalidade recebe o nome do malogrado treinador, vítima de morte súbita no início do ano.
(Depois de lhe ter dedicado a medalha de bronze do último Europeu, a atleta olímpica albicastrense e o companheiro Abel Louro (técnico e presidente da jovem agremiação) eternizam a admiração pelo ex-seleccionador nacional da equipa feminina com a atribuição do seu nome ao funcional espaço. A cerimónia contou com a presença da viúva do professor (Cristina Matias, também ela uma acompanhante do percurso da judoca de Castelo Branco) e dos filhos.
(O António Matias foi um segundo pai para a Ana. É uma atleta de topo muito pelo trabalho que ele desenvolveu. Fê-la sempre acreditar nas suas capacidades”, vincou Abel Louro no decurso da inauguração da sala. Um reconhecimento vincado também na primeira pessoa: “sempre senti o seu apoio, mesmo quando saí da Academia e abracei este projecto. A sua permanente preocupação em saber como é que me encontrava, encurtou muito as distâncias de quem desenvolve a sua preparação no Interior”, considerou Ana Hormigo.
(A nova sala de judo de Castelo Branco resulta de um investimento particular de Abel Louro e Ana Hormigo, “e de muita colaboração dos pais dos atletas”. Custou qualquer coisa como 15 mil euros para montar e “até à data não tivemos qualquer apoio neste projecto”. São já mais de duas dezenas de jovens que aprendem o judo na escola da olímpica portuguesa. A atleta sente que a medalha do Europeu de Lisboa e o apuramento para os Jogos começa a despertar o interesse da prática judoca às crianças: “ainda é tudo muito recente, mas estão a aparecer jovens e espero que venham ainda mais”. Uma infra-estrutura onde os mais novos vão poder fazer a iniciação e aperfeiçoamento. E mais: “aprender as regras, conviver com os colegas, respeitar os adversários. Valores muito importantes, especialmente para as crianças”, refere Hormigo. A sala de judo funciona diariamente, nesta primeira fase a partir das 18h30.
(Prestígio. O presidente da Câmara de Castelo Branco realçou, no último sábado, “o prestígio que a Ana Hormigo tem dado à nossa terra”. Joaquim Morão não esqueceu “aqueles como o professor Matias, e outros, que contribuíram para o sucesso da atleta”. “As instituições fazem-se do que valem as pessoas e a autarquia mantém toda a disponibilidade para as apoiar”, frisou o edil.
(À semelhança da Câmara, também a Junta de Freguesia de Castelo Branco vai prestar uma homenagem a Ana Hormigo. “Falta apenas encontrar uma data”, adiantou Jorge Neves, durante uma cerimónia que contou também com a presença de António Moraes, “um dos fundadores e impulsionadores do judo no distrito”, como salientaram os anfitriões.
E depois de Pequim?
(É o treinador Abel Louro que dirige tecnicamente a Escola de Judo Ana Hormigo. A atleta tem que concentrar nesta fase todas as atenções e esforços na preparação para os Jogos Olímpicos. É no espaço inaugurado na Carapalha que a internacional realiza os seus treinos em Castelo Branco.
(Posteriormente, pretende dispensar uma maior atenção aos alunos. E depois de Pequim, questionámos Ana Hormigo: “ainda não há uma decisão. Inicialmente, a minha ideia era encerrar a carreira ao mais alto nível nos Jogos Olímpicos e dedicar-me aos projectos que tenho aqui. Mas as pessoas têm-me procurado demover dessa ideia. Não sei…”.



(a)Texto tirado do Jornal "A Reconquista",
Por:
Artur Jorge)
(b) fotografias de Abel Louro